Impactos causados pelo estresse térmico em vacas leiteiras

Até 2050 está previsto um aumento de 1,5° C na temperatura. prejudica na pecuária leiteira.

3 min de leitura
Atualizado há 3 anos | Publicado em 25 . Feb, 2021

Estudos mostram que até 2050 está previsto um aumento de 1,5° C na temperatura. Esse aumento de temperatura poderá ser um desafio para a pecuária leiteira ocasionando, alterações fisiológicas, comportamental e metabólica para que as vacas se adaptem às novas temperaturas, essas alterações são ocasionadas pelo estresse térmico. O qual é caracterizado pelo aumento de temperatura corporal com extrema exigência de resposta fisiológica , ocasionado por agentes externos, sejam eles provenientes da radiação solar ou falta de climatização, gerando muitas perdas econômicas.

As vacas leiteiras da raça holandesa se adaptam bem a um faixa de temperatura e umidade entre - 0,5 a 20,0°C e 60-80% de umidade relativa, acima ou abaixo desta faixa podem causar estresse por calor ou frio.

Vacas leiteiras submetidas a estresse térmico podem apresentar mudanças comportamentais e fisiológicas, como: diminuição de produção, redução na quantidade de proteína no leite, dificuldade de detecção do estro o que impacta negativamente na fertilidade reduzindo capacidade reprodutiva ao reduzir a eficácia da inseminação.

Em um estudo realizado por García-Ispiearto et al, (2007) observou uma redução na taxa de fertilidade de 23% em animais expostos ao estresse térmico. Pereira et al, (2013) relatou uma redução de 21% para 15% na taxa de concepção em vacas que apresentavam temperatura retal acima de 39,1°C. O estresse térmico também pode afetar a capacidade imunológica, expondo os animais a doenças clínicas, como mastite e metrite.

O sistema imunológico é o primeiro mecanismo a ser afetado pelo estresse calórico (Das et al., 2016). Um estudo in vitro mostrou que as células epiteliais da glândula mamária bovinas exibem maiores riscos de morte quando os animais são expostos a altas temperaturas ambientes. Ocorrendo morte das células epiteliais, ocasionando a diminuição do leite observado em vacas em lactação com estresse térmico.

Quando as vacas são expostas ao estresse térmico o prejuízo é certo. Portanto, já encontramos no mercado diversas formas de amenizar esse sofrimento com sistemas de resfriamento que podem ser instalados com baixo custo. Utilizar água (nebulização) mais vento também pode ajudar a reduzir a troca de calor e manter a temperatura corporal mais baixa.


REFERÊNCIAS:

Das, R., L. Sailo, N. Verma, P. Bharti, J. Saikia, Imtiwati e R. Kumar. 2016. Impacto do estresse térmico na saúde e no desempenho de animais leiteiros: uma revisão. Veterinario. World 9: 260–268.https://doi.org/10.14202/vetworld.2016.260-268 .

García-Ispierto, I. F.; López-Gatius, G.; Bech-Sabat, P.; Santolaria, J.; Yániz, C.; Nogareda, F.; De Rensis ; López-Béjar, M.; 2007 Fatores climáticos que afetam a taxa de concepção de laticínios de alta produção vacas no nordeste da Espanha. Theriogenology 67: 1379–1385. https: // doi .org / 10 .1016 / j .theriogenology.2007.02.009

Pereira, M.H.C.; Sanches, C.P.; Guida, T.G.; Rodrigues, A.D.P.; Aragon, F. L.; Veras, M. B.; Borges, M.B.;Wiltbank, M. C.; Vasconcelos, J. L. M.; 2013. Momento do tratamento com prostaglandina F 2α em um protocolo baseado em estrogênio para inseminação artificial cronometrada ou cronometrada transferência de embriões em vacas leiteiras em lactação. J. Dairy Sci. 96: 2837-2846. https://doi.org/10.3168/jds.2012-5840