Silagem: O que é e como fazer?

Com alto valor nutricional a Silagem atende diversas exigências dos animais.

4 min de leitura
Atualizado há 3 anos | Publicado em 18 . Feb, 2019

Nos últimos anos a silagem tem se tornado a base da alimentação das vacas leiteiras, pois a técnica permite estocar diferentes alimentos por um longo período, até mesmo durante anos, desde que estejam em ambientes favoráveis a sua conservação. Está técnica de armazenagem de alimentos possibilita que a produção se mantenha em regiões onde as estações são bem definidas, em que sempre se tem baixa na produção, durante o vazio forrageiro, que é quando ocorre a transição para pastagens adaptadas a nova estação.

A silagem possui um alto valor nutricional, atendendo diversas exigências dos animais. Pode ser produzida com diferentes forrageiras, como aveia, trigo, girassol, milho e sorgo, sendo os dois últimos mais comuns.

O sorgo possui em média 70-90% do valor nutritivo da silagem de milho, e seu destaque é pela capacidade de se desenvolver em locais com solos menos férteis e o menor custo de produção, porém apresenta dificuldades para triturar seus grãos, impedindo o aproveitamento de seu amido, baixando a quantidade de energia disponível no alimento. Seu rendimento é em média 50 a 60 toneladas de massa verde por hectare.

O milho é mais utilizado, justamente pelo rendimento de grão, para este se tem maquinas adaptadas para o trituramento de seus grãos, sem que o tamanho das partículas sejam alteradas. Sua produção de massa verde é em torno de 50 toneladas por hectare, sendo próximo a produção do sorgo.

O ponto da colheita dos cultivares para a silagem, deve ser determinado através da umidade do grão, utilizasse uma técnica em que 2/3 do grão deve estar farináceo para se obter uma matéria seca (MS) aproximada de 30%. Ou então pode ser determinada com ajuda de um técnico, desidratando o material no microondas, um procedimento que oferece maior precisão. O ideal é que a MS da silagem fique entre 30 a 40%, valores menores se tem perdas em energia, pois o grão não esta farináceo e acima de 40 % se perde em digestibilidade e se tem mais dificuldades em quebrar o grão, pois o mesmo já está seco.

Antes mesmo de nós preocupar com o armazenamento da silagem, devemos observar o momento da colheita, sendo este bastante importante, pois devemos tomar cuidado com o tamanho das partícula do material a ser estocado. Os ruminantes necessitam que o tamanho da fibra seja maior que 8 mm, seria este o tamanho ideal da fibra permitindo uma ótima taxa de ruminação. Partículas menores, diminuem a taxa de ruminação, aumentando a taxa de passagem do alimento no trato digestório do animal, absorvendo nutrientes. Diminuindo o processo de ruminação, também diminui a produção natural de tamponante, a qual é de extrema importância para manter o PH ruminal, se evitando que o animal venha ter acidose ruminal, sendo está responsável por grandes prejuízos na atividade leiteira.

Para garantir que a silagem seja processada adequadamente, se utilizada uma peneira denominada de “Penn State”, a qual tem por objetivo determinar a quantidade de fibras ideal na alimentação dos ruminantes. Esta é composta por três partes:

  • 1ª parte apresenta orifício, com diâmetro de 19 mm;

  • 2ª parte apresenta orifícios com diâmetro de 8 mm;

  • 3ª parte apresenta orifícios com diâmetro menor que 4 mm.


Drag Racing

*Imagem ilustrativa da Penn State.

Para a analise utilizá-se entre 500 g a 1 kg de silagem, inserindo-se na primeira peneira fazendo movimentos para frente e para traz, após se calcula a porcentagem de material que ficou em cada compartimento. O Ideal é de na primeira peneira permanece 5-8% do volume, na segunda de 45 a 65%, terceira peneira menor que 10%. O procedimento da “Penn State” deve ser realizado quando se inicia o corte da silagem, objetivando o ajuste das engrenagens e deve ser repetido durante o dia.

Outro fator determinante para a técnica de ensilagem é o armazenamento. Podendo ser armazenada na superfície, em trincheiras ou em sacos, sendo os dois primeiros métodos os mais conhecidos. Independente da forma de armazenamento, todos devem ter uma boa compactação, para que o oxigênio seja retirado do material e ocorra a fermentação anaeróbica (sem oxigênio) da maneira desejada. Após a colheita a silagem é coberta com lonas, essas devem ser de alta qualidade para que não ocorram rasgos e furos, implicando na entrada de oxigênio e afetando a fermentação.

A silagem apresenta diversos benefícios por ser um volumoso de alto valor nutritivo, permite estoque de alimento para os períodos de deficiência de pastagens, apresenta uma mão de obra facilitada, por ser uma produção totalmente mecanizada. Um leite de qualidade demanda de um manejo nutricional adequado e a qualidade dos alimentos é de extrema importância.

Apoio: Heloize Chiarello, Zootecnista.