Leite Instável Não Ácido: Como prevenir?

O LINA é resultado da redução do pH ao teste do álcool causado pela fermentação da lactose e produção de ácido lático.

2 min de leitura
Atualizado há 3 anos | Publicado em 02 . Aug, 2019

Leite Instável Não Ácido (LINA): Como prevenir?

A qualidade do leite, que é o principal parâmetro para o desenvolvimento do preço a ser pago pelo laticínio, envolve características físicas e químicas que dependem de fatores genéticos, nutricionais, ambientais, intrínsecos e extrínsecos ao animal. Quando não manejados corretamente, estes fatores irão impactar diretamente no produto a ser entregue, e um dos problemas mais recorrentes na produção leiteira é o Leite Instável Não Ácido, também conhecido como LINA.

O LINA é resultado da redução do pH ao teste do álcool causado pela fermentação da lactose e produção de ácido lático, que resulta na instabilidade da proteína, neste caso a caseína. Este produto apresenta características físicas diferentes do leite normal, mas quimicamente não representa perigo a saúde humana, porém o produtor é penalizado quando há evidencias desse problema no tanque pois o beneficiamento do leite em altas temperaturas, especialmente em Ultra High Temperature (UHT), pode prejudicar a produção pela sua baixa instabilidade.

CAUSAS DO LIETE LINA

• Fatores nutricionais, que possuem incidência em vacas que passam por restrição alimentar, baixa disponibilidade de matéria seca na pastagem ou desiquilíbrio em proteína e energia;

• Um grande tempo de lactação diminui a estabilidade do leite;

• Ocorrência de estresse térmico, que pode gerar acidose metabólica em resposta compensatória à alcalose respiratória desencadeada pelo aumento da taxa respiratória de animais expostos a condições climáticas não ideais.

Prevenção

• Planejamento nutricional com equilíbrio de proteína e energia, utilizando volumoso de qualidade;

• Controle leiteiro e separação de lotes para atender as diferentes necessidades nutricionais;

• Controle de parto e inseminação para que se realiza a secagem aos 305 dias, ou o fornecimento o leite produzido além dos 305 dias para alimentar as bezerras, diminuindo a incidência de LINA no tanque;

• Promover conforto térmico aos animais com sombra e água de qualidade principalmente nas estações mais quentes, que além de prevenir a alcalose respiratória irá resultar em um maior bem-estar aos animais.

Ao realizar os manejos de forma correta, planejando e entendendo os fatores que influenciam a produção, a chance de ocorrência de LINA é baixa, trazendo mais qualidade para o leite e lucro para o produtor.


Fontes:

MELLO, L. P. de, COSTA, F. H. W. da. LINA: um leite saudável, mas de má aparência. Revista leite integral, 2016. Disponível em: http://www.revistaleiteintegral.com.br/noticia/lina-um-leite-saudavel-mas-de-ma-aparencia

POLYCARPO, R. C. Estresse nutricional x qualidade do leite. Milk Point, 2007. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao/estresse-nutricional-x-qualidade-do-leite-41674n.aspx

ZANELA, M. B., RIBEIRO, M. E. R. LINA, Leite Instável Não Ácido. Embrapa: comunicado técnico. ISSN 1516-8654. Pelotas-RS, 2018. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/184058/1/COMUNICADO-TECNICO-356.pdf