Como uma dieta melhor pode trazer mais dinheiro?

Saiba como aumentar a qualidade do leite produzido em sua propriedade, através da nutrição animal.

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Atualizado há 2 anos | Publicado em 20 . Oct, 2021

Viemos há muitos anos investindo em genética, escolhendo os reprodutores com potencial para descendentes que produzem mais leite e com melhor qualidade, mas esquecemos que a nutrição determina se a bezerra irá expressar o potencial que carrega em seus genes. Mas quando falamos em comida de vaca enfrentamos muitas discussões no campo e ainda encontramos criadores que não tem um nutricionista para acompanhar a alimentação do seu plantel.

Mas de que forma a nutrição pode ser tão importante assim?

Não precisamos voltar muito no tempo para relembrar que as novilhas se tornavam vacas com quatro anos de idade, o que hoje não é mais tão comum pois, com 24 meses já deveriam estar produzindo leite. E aí se entra no tabu de que “as vacas produzem tanto leite porque se aplica hormônios”, conversa para boi dormir, isso sim!

O melhoramento genético contribuiu muito para produzirmos mais, com menos. Porém, o que se esquece é que a alimentação dos animais é quem irá definir se a novilha vai chegar aos 24 meses, pesando 500 a 550 kg (novilhas da raça holandesa) e com condições de parir e produzir leite. Isso será definido com a nutrição que esse animal irá receber já nas primeiras horas de vida, todos os cuidados devem ser tomados para que o objetivo seja alcançado. A nutrição dos animais jovens é importante, mas a nutrição das vacas é essencial e está diretamente ligada ao resultado.

Se tinha uma crença de que “as vacas aceitam tudo” (qualquer tipo de alimentação) e por este motivo usava-se resíduos nas formulações de dietas. Depois de décadas de estudos, hoje temos o conhecimento de que as vacas precisam de alimentos de boa qualidade, para produzirem um leite saudável. Mas vamos entender como isso impacta na qualidade do leite:

Uma alimentação adequada deve suprir as necessidades de energia, conter níveis de proteína adequados e fornecer as vitaminas e minerais necessários para cada fase em que os animais se encontram. Para balancear uma dieta é importante ter conhecimento de alguns fatores como: raça, produção, escore corporal dos animais, composição do leite, estágio de lactação e tempo de gestação, além de informações como a sanidade. A identificação desses pontos seria o primeiro passo para iniciarmos a formulação de uma dieta. Depois que temos essas informações em mãos, precisamos conhecer os alimentos que temos disponíveis e a qualidade dos mesmos, para formular dietas certeiras.

Vacas em lactação precisam de uma dieta com no mínimo 17% de fibra. As fibras são oriundas de alimentos volumosos, como: silagem, feno, pré-secados e pastagens, que geralmente tem baixa quantidade de energia e proteína. Os níveis de fibra são importantes pois irão interferir diretamente na quantidade de gordura do leite. O que ocorre é que, quando o animal ingere menos fibra do que deveria, diminui a ruminação e a produção de tamponante ocasionando uma redução no pH ruminal, o qual deveria se manter acima de 6,0. Essa redução no pH afeta a produção de ácido acético, que está diretamente ligado com a produção de gordura no leite. Mas não é somente a porcentagem de fibra que garante uma dieta de qualidade, precisamos disponibilizar fibra efetiva, a qual estimula a ruminação, uma vez que os alimentos estão triturados com partículas inferiores a 8 mm interferem no processo de ruminação.

Outro nutriente importante para as vacas é a proteína, que segundo o NRC (1989) deve corresponder de 17 a 18% da dieta. A proteína está ligada a diversas funções metabólicas, portanto se faz necessário fornecer adequadamente, mas o mais importante é que a proteína da dieta será utilizada pelos microrganismos ruminais e os mesmos servirão como fonte de aminoácidos, os quais apresentam o perfil de aminoácidos usados pela glândula mamária para produção de leite. A proteína microbiana representa em torno de 75% da proteína metabolizada pelas vacas e seu excesso na dieta afeta a qualidade do leite, uma vez que será eliminada na forma de nitrogênio uréico, e o mesmo deve se manter entre 12 a 17 ml/dl. Quando essa faixa é ultrapassada, problemas metabólicos podem surgir e afetar a reprodução, além de deixar os rebanhos mais susceptíveis a cetose.

Falamos de dois nutrientes para formular uma dieta e já podemos notar como a alimentação dos animas pode interferir na qualidade sem se falar na quantidade de leite, ambas diretamente associadas à renda do produtor. Alimentação é algo complexo e que necessita do acompanhamento de um profissional qualificado. Quer aumentar a produção do seu rebanho com saúde? Tenha um nutricionista para fazer isso para você, os ganhos valem muito.

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REFERÊNCIAS:

Leira, M. H. et al. Fatores que alteram a produção e a qualidade do leite: Revisão; PUBVET, v.12, n.5, a85, p.1-13, Mai., 2018;

KNORR, M.; O LEITE COMO INDICADOR NUTRICIONAL EM VACAS, UFRGS;