Como aumentar a produção de leite resfriando vacas secas

Saiba mais sobre os cuidados com o Estresse Térmico durante o período de secagem e garanta um melhor desempenho durante a lactação.

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Atualizado há 2 anos | Publicado em 29 . Sep, 2021

Quando as vacas estão no período seco geralmente ficam esquecidas em um piquete no fundo da propriedade, recebendo resto de comida das vacas em lactação, com pouco conforto, uma vez que não estão produzindo leite. O que não é levado em consideração é que este período que dura entre 45 a 60 dias é responsável por determinar a quantidade de leite que será produzida durante os 305 dias da lactação seguinte. Mas por que esse período é tão importante se a vaca não está produzindo leite e não está gerando renda? Vamos lá que eu vou te explicar!

O período que antecede o parto é o período em que a vaca é muito exigida, apesar de não estar produzindo leite, esse é o momento que o bezerro está em seu terço final de desenvolvimento, além de passar por mudanças fisiológicas para a produção de colostro e em seguida produção de leite. São várias mudanças em um curto período de tempo, portanto não podemos perder tempo. Vamos entender como funciona esse processo?

Naturalmente as vacas reduzem a produção após os 100 dias em lactação, até secar. Essa redução ocorre, em decorrência de uma preparação para a próxima lactação. No período em que as vacas ficam secas ocorre a involução das células secretoras de leite, que leva em torno de 21 a 30 dias após a secagem dos animais. A partir daí se inicia a renovação das células secretoras, e uma semana antes do parto inicia a produção do colostro. Se trata nada mais, nada mesmo, do que uma limpeza das células, que passaram uma lactação inteira e uma reconstrução para a nova lactação. Portanto deve-se ter total atenção nesse período, pois a produção de colostro é fundamental para o desenvolvimento da bezerra que irá nascer e precisamos garantir uma boa produtividade na lactação seguinte, sem doenças metabólicas, sem mastite e muito leite. Mas como garantir que a lactação seguinte será ainda melhor que a lactação que passou? 

Precisamos ter muita atenção com essas vacas que estão secas. Primeiro passo é o cuidado com a parte sanitária: Lembrar de realizar a vermifugação das vacas quando secas. Ter cuidado com o local em que as vacas irão permanecer, garantindo que elas tenham disponibilidade de sombra, água, alimentos e resfriamento. Já a dieta, deve ser ajustada, lembrando que esse é um processo obrigatório, para garantir que a vaca não ganhe escore corporal, onde a mesma deve ser mais fibrosa, e com fibra de qualidade, seguindo as recomendações dos técnicos que assistem a propriedade. Anotada as dicas aí? Agora vamos falar de outro tema importante: o resfriamento das vacas secas, que está gerando muitos benefícios. 

O estresse térmico compromete o desempenho produtivo das vacas, não apenas durante a lactação (COLLIER et al., 2006), mas também durante o período seco. A exposição ao estresse por calor durante o período seco prejudica o desenvolvimento da glândula mamária (TAO et al., 2011), o que, por sua vez, diminui a produção de leite na lactação subsequente. Além de outros malefícios que o estresse térmico causa, afeta a resposta imune no início da lactação (AMARAL et al., 2010). Outro maleficio é o aumento da incidência de distúrbios pós-parto, como retenção de placenta e mastite, foi associado à exposição de vacas a altas temperaturas durante o período seco (THOMPSON; DAHL, 2012).



Saiba mais sobre Estresse Térmico no vídeo acima.

As vacas devem manter a temperatura corporal entre 38,2 a 39°C (PRENDIVILLE et al. 2002), quando o animal não consegue realizar as trocas de calor com o meio, a temperatura tende a subir e o animal usa mecanismos para manter a temperatura corporal e prejudica a sua sanidade. Por tanto em dias em que as temperaturas estão muito altas acima de 20 °C se recomenda fazer o resfriamento evaporativo com vento e água, para auxiliar na perda de calor corporal. 

O resfriamento evaporativo é realizado várias vezes ao dia, geralmente de três a oito sessões por dia, com duração de 30–40 min cada, em horas fixas, em pátios de resfriamento ou na pista de alimentação (D'Emilio et al., 2017). Se a temperatura noturna ultrapassar um determinado nível, uma sessão de resfriamento noturno pode ser adicionada. Segundo Almoosavi (et al. 2020), vacas que sofrem estresse calórico durante o período seco, produzem menos colostro, os bezerros nascem com menor peso, redução no consumo de matéria seca e redução de produção de leite em 21%. 

O que acha de iniciar o processo de resfriamento de suas vacas secas? E ver o resultado que vai dar? Mas não se esqueça de secar as suas vacas no período correto, que deve ser entre 45 a 60 dias antes da previsão do parto, caso tenha dificuldades em saber a previsão correta do parto, o sistema Leigado Gestão pode te ajudar, ele gera relatórios de: previsão de parto, secagem e pré-parto, assim você não perde esses prazos e terá mais leite no seu tanque. Ficou interessado? Então entre em contato agora mesmo e conheça o sistema Leigado Gestão! Acesse www.leigado.com.br e teste gratuitamente nosso sistema. Também disponível para aplicativo, você consegue baixar na Google Play Store ou na Apple Store. Vem ser Leigado! 


Collier, R.J; Dahl, G.E.; Vanbaale, M.J. Major advances associated with environmental effects on dairy cattle J. Dairy Sci., 89 (2006) , pp. 1244 – 1253;

Amaral, do B.C.; Connor, E.E.; Tao, S.; Hayen, M.J.; Bubolz, J.W.; Dahl, G.E. Heat stress abatement during the dry period influences prolactin signaling in lymphocytes, Domest. Anim. Endocrinol., 38 (2010) , pp. 38 – 45

Thompson, I.M.; Dahl, G.E.; Dry period seasonal effects on the subsequent lactation Prof. Anim. Sci. , 28 ( 2012 ) , pp. 628 – 631

Prendiville, D.J.; Lowe, J.; Earley, B.; Spahr, C.; Kettlewell, P.; Radiotelemetry systems for measuring body temperature http://hdl.handle.net/11019/1358 (2002)

Almoosavi, S.M.M.S.; Ghoorchi, T.; Naserian, A.A.; Khanaki, H.; Drackley, J.K.; Ghaffari, M.H.;  Effects of late-gestation heat stress independent of reduced feed intake on colostrum, metabolism at calving, and milk yield in early lactation of dairy cows.   Journal of Dairy Science V.104, Is. 2, Pag. 1744-1758, 2021.