Qual o impacto econômico da mastite?

Os custos com esta enfermidade apresentam grande impacto na receita das propriedades leiteiras.

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Atualizado há 3 anos | Publicado em 14 . Apr, 2020

A mastite talvez seja uma das enfermidades que mais gera impacto econômico e descartes de vacas em rebanhos leiteiros, independente da tecnologia empregada, ainda ocorrem casos, muitas vezes irreversíveis, levando o animal a morte.

Os custos com esta enfermidade apresentam grande impacto na receita das propriedades leiteiras, pois além do descarte do leite, se tem custos com medicamentos e perdas de produção por secagem natural dos tetos. Uma vez, que o próprio sistema imunológico se garante de reduzir a produção de leite como defesa a agressão dos agentes causadores de mastite nas células produtoras de leite. Mas as perdas vão além do produtor, afetam também a indústria, devido à redução na qualidade do leite, se tem menos rendimentos dos derivados de leite, uma grande parte dos laticínios fazem pagamento por qualidade.

Qual o custo do tratamento de uma vaca infectada por mastite?

Vamos fazer um cálculo bem simples, tendo como exemplo uma propriedade com média de produção de 20 litros por vaca dia, com um caso de mastite clínica. Geralmente quando se faz necessário entrar com antibiótico são por volta de 3 dias de tratamento, mais o descarte de leite que varia de 3 a 5 dias dependendo do antibiótico utilizado. Portanto com 7 dias de descarte deixa-se de ser vendido 140 litros de leite. Esse leite, se fosse vendido a R$ 1,30 o custo com o descarte seria de R$ 180,00, sem contar o medicamento.

Os gastos com medicamento variam de acordo com a quantidade de quartos infectados e a recomendação do medicamento utilizado, mas vamos calcular para um teto infectado apenas, com recomendação de 5 aplicações intramamária, mais o medicamento injetável.

Uma bisnaga para tratar mastite tem uma variação de R$ 6,00 a 25,00. Para o medicamento mais barato o custo do tratamento fica de R$ 30,00 e em casos do tratamento mais caros custa R$ 125,00. Os antibióticos injetáveis ficam em torno de R$ 100,00. O total de gastos com os medicamentos ficam entre R$ 130,00 e 225,00. Somando-se apenas o medicamento utilizado já temos um gasto elevado, mais o valor com o descarte de leite, os custos variam de R$ 210,00 a 405,00 por animal, caso se trate apenas um teto. Se você tiver dois casos mensais na propriedade, já se tem um custo altíssimo com descarte de leite e medicamento.

O custo já sabemos e valor é elevado, precisamos prevenir, tomando alguns cuidados de baixo custo, como: pré e pós-dipping, desinfecção de instalações, em casos de produção a pasto se deve ter cuidado com rodízio de piquetes, cuidados com formação de lama. Em confinamentos, cuidados com a higienização das baias e manejo das camas no compost barn, são fundamentais para controlar os agentes causadores de mastite.

Outro cuidado é com a incidência de mastite no rebanho, devemos conhecer o índice de incidência para tomar decisões de como prevenir. O controle de CCS deve ser individual, porém leva alguns dias para se ter resultados e tem um custo mensal um pouco mais elevado. Uma forma fácil de identificar é fazendo o teste de CMT (Califórnia Mastite Teste), com baixo custo, além de poder ser realizado na propriedade com rápida identificação e realizado semanalmente ou sempre que necessário. Esse teste, permite identificar animais que estão constantemente apresentando mastites subclínicas, o que impacta economicamente em perda de produção e qualidade de leite, sem se falar no risco de contaminação de animais sadios, a identificação desses animais é fundamental, pois eles geralmente não apresentam sinais clínicos da doença.

Para o teste de CMT são usados alguns parâmetros após a reação do leite como produto químico classifica-se em: negativa (0), reação leve (+), moderada (++) e intensa (+++). Em um estudo realizado por Peres et al. (2014) em três propriedades no Rio Grande do Sul, com um total de 82 vacas da raça holandesa e Jersey. Observou-se a seguinte redução de produção de acordo com o nível de infecção dos tetos através do teste de CMT:

  • Uma cruz (+) e sua produção estava reduzida em 19,5%;
  • Duas cruzes (++) e sua produção estava reduzida em 31,8%;
  • Três cruzes (+++) e sua produção estava reduzida em 43,4%.

Veja como fazer o teste de CMT:

Um exemplo em dinheiro

Uma propriedade que tenha 5 animais que apresentem o teste com uma +, com produção aproximada de 20 litros de leite e com perdas de até 19,5%. 5 vacas vezes 20 litros, são 100 litros por dia. Com 19,5% de redução de produção ao dia, equivalem a 19,5 litros que deixariam de ser produzidos por dia. Em um mês são menos 585 litros. Em um ano são 7.020 litros que deixarão de ser vendidos. Se esse leite fosse vendido com uma média de R$ R$1,30 seria R$9.126,00 a menos por ano. O que você poderia fazer com esse dinheiro caso ele tivesse entrado em sua conta?

Uma dica, é identificar os animais que apresentam constantemente esses casos e extrair um relatório de incidência para tomar uma ação e reduzir esses gastos.

O sistema Leigado é uma ótima opção para realizar estes controles, pois ele permite você controlar a incidência de mastite, identificando o animal, o teto infectado e o tratamento realizado. Permitindo uma avaliação de quantos animais são acometidos por essa enfermidade, quais foram os tratamentos, se ouve ou não descarte de animais por esse motivo, e quanto custou cada tratamento.

Faça um teste gratuito e conheça as vantagens de se utilizar um sistema para melhorar a sua lucratividade. Utilize esse recurso como ferramenta para enfrentar qualquer crise, sempre com o caixa da empresa no verde.


Referências: Peres, A. F. et al., AVALIAÇÃO DO CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE MASTITE EM PROPRIEDADES LEITEIRAS NO MUNICÍPIO DE CERRITO – RS, Science and Animal Health, V.2 N.2 JUL/DEZ 2014 P. 92-101