Qual o impacto do Escore de Sujidade na qualidade do leite?

Relacionada com a ocorrência de mastite é uma métrica muito importante de ser acompanhada.

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Atualizado há 3 anos | Publicado em 14 . Nov, 2019

O escore de sujidade é caracterizado pela presença de sujeira (matéria orgânica) nos tetos e úberes das vacas em lactação, considerada fonte de microrganismos indesejáveis para a glândula mamária e para o leite. Portanto, uma prática simples é classificar a sujidade da glândula mamária por meio de escores, esse escorre está diretamente ligada à população bacteriana presente na superfície da glândula mamária. Essa classificação possibilita determinar, quais medidas serão necessárias tomar nas propriedades produtoras de leite, contribuindo para a redução de mastite no rebanho.

O escore de sujidade é medido em uma escala de 1 a 4, em que no escore 1 os animais estão completamente limpos e escore 4, eles se encontram com muita sujeira pelo corpo, principalmente em tetos e úbere. A importância de se conhecer e observar o escore de sujidade dos animais, se deve ao fato de que ela está relacionada com a ocorrência de mastite nas propriedades leiteiras. Vacas com escores de higiene de 3 e 4 estão 1,5 vezes mais vulneráveis a desenvolver mastite subclínica, devido ao maior contato com patógenos clínicos de importância (SCHREINER; RUEGG, 2003).

Vários fatores podem determinar a sujidade dos tetos dos animais: o tipo de sistema de criação, a estrutura das instalações, a taxa de lotação em sistemas confinados, a dominância social no rebanho, o número de ordenhas realizadas e as condições do local de deslocamento (corredor) para a ordenha. Entretanto, o local onde, os animais permanecem deitados ao longo do dia é o que mais contribui no escorre de sujidade.

Identificando os contribuintes para a sujidade dos animais, podemos tomar ações para amenizar o problema. Alguns cuidados com o local em que os animais estão deitando e transitando, tanto no free-tall, no compost barn e até mesmo o próprio pasto podem diminuir o escore de sujidade. Deve-se observar em especial os animais não confinados, pois os mesmos buscam locais onde tem maior umidade para se deitarem, objetivando locais mais frescos e justamente nestes locais onde se encontram maiores aglomeração de agentes causadores de mastite. Pois nesses locais, se têm condições adequadas para o desenvolvimento desses agentes, com umidade, matéria orgânica e temperatura adequada. Quando os animais são criados livremente é mais difícil de controlar, devido à grande área frequentada pelos mesmos, uma alternativa seria o piqueteamento.

Manzi et al. (2010) observaram aumento de cerca de 47% de risco de o animal desenvolver mastite quando o escore de sujidade aumenta gradativamente. A higiene inadequada do úbere favorece a entrada de patógenos nos tetos, ou seja, animais com úberes mais sujos têm maior chance de desenvolver mastite.

A mastite causa grande impacto, tanto produtivo, quanto econômico, na atividade leiteira. Os gastos com tratamentos e descarte de leite são elevados, além de redução de preços devido a alteração na qualidade do leite. Outro risco é de reduzir até 30% na produção, pois mastites subclínicas podem danificar as células produtoras de leite, secando tetos reduzindo a produção.

Os casos de mastite estão diretamente relacionados com a sujidade dos animais, portanto observar e fundamental para reduzir perdas econômicas na atividade leiteira.


Referências

SCHREINER, D. A.; P. L. RUEGG. Relationship between udder and leg hygiene scores and subclinical mastitis. Journal of Dairy Science. v.86, p.3460-3465, 2003.

MANZI, M. P.; FACCIOLLI, P. Y.; NOBREGA, D. B.; TRONCARELLI, M. Z.; MENOZZI, B. D.; LANGONI, H. Correlation of mastitis occurrence and teat callosity score. In: National Mastitis Council annual meeting, 2010, Albuquerque Novo México. NMC 49 anual metting. p. 262-263.